sábado, 26 de março de 2011

O que a largata chama de fim do mundo nós chamamos de borboletas.

[Richard Bach]

Palavras que definiram meu agora de modo devastador.
Único modo que encontrei de gritar meu silencio sempre precisar quebra-lo.

[Carolina Assis]


Essa é umas portagem diferente de tudo que você já leu por aqui. É um desabafo. É descritivo e é totalmente real. Sobre coisas palpáveis e que acontecem no meu cotidiano, com pessoas reais e com quem eu convivo. Logo, é longo e chato. Se você não compreender nada, não se preocupe, a maior parte da historia, eu também não compreendo. Mas, vamos as confissões.
Ando tendo dias estranho. Dias esclarecedores. Como se descortinasse ante meus olhos tudo que estava evidente, mas, minha cegueira não deixava enxergar. Ando fazendo uma limpeza mental. Ando descartando algumas coisas, sentimentos e pessoas. De agora em diante só quero o que me faz bem. Só o que me traga crescimento pessoal. Quero me cercar apenas de gente de verdade. Que me fale a verdade e que não mascare os sentimentos. Pode ser alarme falso ou posso estar me antecipando com toda ânsia de mudar que eu estou esses dias. Mas, acho que estou conseguindo. Vi nessa semana uma coisa relacionada a duas pessoas que há um tempo atrás, me teria deixado chateada ou até mesmo enciumada. Mas, a minha reação ao saber do acontecimento, teria sido de extrema indiferença, se eu não tivesse caído na gargalhada. Gargalhei com o corpo inteiro. Ri do fato e das pessoas incluídas na situação. Ri da mesquinhez e da falsidade. Ri e agradeci a Deus por ter me tirado eles da vida. As vezes, você não entende porque acontece determinadas coisas. Eu nunca tinha entendido porque uma coisa tão insignificante podia ter desencadeado uma ruptura tão forte de uma amizade enorme e de outra que crescia. Hoje eu sei. Era Deus me livrando de um erro fatal. E eu lutei. Fiquei enciumada. Senti-me traída pelas minhas pseudo-amigas. Ressenti-me. Fingia indiferença, mas no fundo sentia uma pontinha de sentimento não nomeado. Eu não tinha por essa pessoa um amor romântico ou coisa parecida. Logo, eu não amava esse meu amigo. Era um sentimento, mas não sabia exatamente o que era. Podia ter virado alguma coisa maior. Estávamos sempre juntos. Ele na sua simplicidade era encantador. E existia nele uma ponta de frustração latente que me chamava atenção. Se não fosse, hoje eu sei... a intervenção divina por meio de uma frase mal colocada numa conversa e o enorme ego da pessoa em questão. Mas, eu demoro muito para deixar de sentir ou demonstrar indiferença. Toda vez que olhava para ele, eu não sabia o que eu sentia exatamente. E me incomodava o fato de não estar mais ao lado dele. Sorrindo barbaridades que saiam de nossas bocas, do entendimento silencioso que tínhamos ou das conversas que eu não conseguia ter com outras pessoas. Mas, a questão é que ele me falou coisas horríveis. Insustentaveis. E uma coisa que eu nunca abri mão foi da minha delicadeza e do meu valor. Afastei-me. Mas, sempre estava ali por perto. Só que observando de longe foi que enxerguei as falhas de carácter e toda a arrogância trajada naquele punhado de músculos. O sentimento que eu tinha por essa pessoa virou pó. Perdi-me na narrativa. Voltando ao acontecimento. Quando vi as palavras dos meus antigos "amigos", eu gargalhei. Eu sorri muito. Eu tirei sarro. Acho mesmo que estou crescendo. Amadurecendo. O caio disse que começamos a amadurecer quando rimos de algo que já nos fez chorar. Pois é. Eu sorri. Eu posso até pousar de forte e indiferente. Só que na verdade... eu sinto pena dele. Pela existência vazia que ele deve levar. Não sou a Madre Tereza de Calcutá, nem nada. Mas, oro para que ele encontre um pouco de humanidade. Porque é disso que ele é mais carente. Todavia, esse fato é só mais um ponto da mudança de comportamento de que esta marcando esses últimos dias. É como se a minha vida fosse um empilhado de peças de domino. Tinha uma peça que segurava a realidade. Quando tirei essa peça, as outras começaram a ruir. Caindo uma por uma. E isso não é ruim, as peças que caírem, no final são as que realmente não serve para minha vida. Como eu disse, só quero gente de luz, de sorriso aberto, de coração largo, de cara levada. Gente do bem. Vou precisar delas quando sair da minha metamorfose. Estou entrando num casulo de auto-conhecimento. E estou me orgulhando do meu casulo. Mudei muito nesses últimos meses. Mas, as minhas asas ainda não estão prontas.

[Liá Araujo - Modificado]

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