terça-feira, 21 de dezembro de 2010

“Eu preciso organizar o caos que eu sou,

...o problema é que eu fico achando que caos é ordem.”


Virar as coisas de cabeça para baixo parece uma opção formidável para alguém que já não sabe o que fazer. Sempre achei que tivesse certeza do que queria, de onde estava indo, mas agora parece que todas as placas de sinalização estão misturadas, perdidas iguais a mim. Distraio-me com tudo, e desvio-me da meta o tempo todo, não sei mais qual meta é. Não sei porque perdi o interesse completo, agora só esta partes deles, todas fragmentas e soltas por ai. Resta a mim saber junta-las. Resta a mim querer junta-las. Não sei mais se quero. Não entendo como pude vim parar nessa montanha de decisões que ninguém saberia que existem, não imaginei estando em um momento em que eu poderia escolher ir em frente ou mudar de rota. Nunca pensei que poderia haver opções. Pois não há. Ou quero ou não quero. Contudo meu mundo -sempre pronto a me surpreender- faz com que eu esteja nesse caminho de duas mãos não sabendo se volto ou se vou. Poderia ser mais fácil, poderia haver um única decisão como sempre houve, eu poderia continuar a querer apenas você. Como sempre quis.

[Carolina Assis]

"Sou composta por urgências:
minhas alegrias são intensas;
minhas tristezas, absolutas.
Me entupo de ausências,
me esvazio de excessos.
Eu não caibo no estreito,
eu só vivo nos extremos."
Clarice Lispector


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