domingo, 5 de dezembro de 2010

Sobre avessos...

Durante o dia eu faço, como todos,
gestos despercebidos por mim mesma.
Pois um dos gestos mais despercebido
é esta historia de que não tenho culpa e que sai como sair.
[Clarice Lispector]


E no vazio do espaço que nos separou, renasceu o que eu jurava nunca ter existido: Nosso amor.

Era uma vontade mútua de se descobrir além do permitido. Aquele terreno tantas vezes explorado, era depois de tanto tempo, completamente desconhecido. Você com seus rolos e manias, eu com minha solidão de multidões. Percebi depois de alguns minutos te olhando – nós continuávamos os mesmos, porém a quilômetros de distância.

Eu queria te lembrar de um passado, mas só consegui dizer algo sobre o seu presente. Você se gabou do quanto ainda conseguia enganar suas meninas, e eu sorri como se isso não mais importasse – Eu também enganei alguns rapazes.

Talvez naquele momento eu me sentisse pronta e suja o suficiente pra você. Admitir isso era a maneira menos dolorosa de dizer que o amor que um dia eu rejeitei, naquele segundo, me sufocava.

Você segurou minha mão e disse em meu ouvido palavras que eu jamais esquecerei:

- Você é minha garota. Independente do resto.

Abri meus olhos e larguei suas mãos como se tivesse pronta para te deixar. E fiz. Eu queria me tornar sua garota, não ser ela pra sempre.

Você já podia voltar para suas meninas, e eu, para minhas mentiras.

[Br]

"É de minha responsabilidade não ficar triste,
não deixar ninguém me magoar,
não deixar que nada de ruim me aconteça
porque você me ama e não aguentaria.
Claro que me cuido, nem precisava pedir.
Te cuida, dissera ele. E eu ouvi como se fosse um te amo."

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