sábado, 6 de novembro de 2010

Um pouco do muito...

(...) Falo por mim porque estou egoistamente presa na minha própria descoberta e existência. Mas pelo que tenho visto por aí, toda mulher tem um pouco de tudo...
Eu tenho meu pouco criança estampado em cada linha que escrevo e em cada bobeira que falo na espera de atenção.
Maluca? Nas raras vezes que sou séria, me sinto tão maluca, que devo ser sempre maluca.
De pouco em pouco encho o papo de ansiedade.
Quando o muito virá? Eu nunca poderia ser feliz sem meu pouco trágica.
Eu nunca posso estar satisfeita sem meu pouco idealista e eu nunca poderei ser mulher porque ainda falta pouco, muito pouco, mas eu sei que sempre faltará.
Me completo de poucos, mas sigo esperando demais de tudo.
Comida para cada um desses poucos que são buracos na minha alma.
Meu pouco puta, safada, tarada, não tem um pingo de compostura.
Meu pouco criança se diverte com o meu pouco louca.
Meu pouco adulta perdoa tudo porque tem total consciência do meu pouco criança.
Mas cada pouco espera o grande momento. A grande virada. O longo suspiro de paz.
... Quem em cada pouco põe tudo que é merece ser feliz. E muito.

[Tati Bernardi]

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