Que te fiz para assim permaneceres dentro do meu ser, se fora dele não existes nem noticias te preservas?
Foge, foge de mim para tão longe. Suplico-te que deixes um vácuo sem esperanças de lotar, amplo, soturno espaço irremediável, mas deixa-me, larga-me, evapora-te de toda a minha vida e meu pensar. Sei que não me escutas, és diferente a todo meu apelo, nem dependes de teu próprio querer. Perversa essência eterna torturante, vai te embora, vai, anel satânico de vogais e consoantes que esta boca repete sem querer.
Carlos Drummond de Andrade
Foge, foge de mim para tão longe. Suplico-te que deixes um vácuo sem esperanças de lotar, amplo, soturno espaço irremediável, mas deixa-me, larga-me, evapora-te de toda a minha vida e meu pensar. Sei que não me escutas, és diferente a todo meu apelo, nem dependes de teu próprio querer. Perversa essência eterna torturante, vai te embora, vai, anel satânico de vogais e consoantes que esta boca repete sem querer.
Carlos Drummond de Andrade
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