sábado, 3 de julho de 2010

Invertidas - Part I


Ela queria o fim,
mas tinha medo do novo começo.
Ela não prestava,
pelo menos não seu coração (...)








Nunca tinham feito isso consigo. Era ela que sempre fazia com eles. Bom, as coisas haviam se invertido. Essa era a primeira vez.
Talvez ela merecesse, coisa em que acreditava. Talvez ela só precisasse conhecer a sensação que despertava em todos, viver essa experiência. E talvez ao fosse nada disso.
No começo foi egoísta, ela sempre foi egoísta. Não com coisas, mas com pessoas. Ela gostava que fossem dela. E essa atitude era especificamente dirigida ao sexo masculino. Não se importava com o que eles sentiam. Gostava de vê-los sofrerem por garotas. Amava, quando a garota era ela. E esse tipo de coisa, só muda quando se conhece alguém... diferente.
Ele queria conhece-la, ele a queria. Mas ele era diferente. Ele prestava. Não merecia.
Ela sabia. Não se importou.
Ela precisava dele – não como precisava dos outros, isso também era... diferente – precisava daqueles contato, daquelas conversas sem fim, daquele sorriso despreocupado, não importasse o dia em que ele se encontrava, ele sempre sorria. Ela precisava continuar contando suas angustias e idéias, ela precisava que ele continuasse desejar ouvir, se importando. Ela precisava que ele continuasse se apaixonando por ela.
Ela não o queria. Não da maneira como ele iria gostar. Seu egoísmo entrava nessa parte da historia, ela tinha medo de machuca-lo, mas era só isso. Ela gostava de ver ele a olhando como se fosse a única garota do mundo. Quem não gostaria de algo assim?
O medo mesmo só vinha quando ela pensava como ele ficaria depois que ela se fosse. E ela iria um dia. E depois esse medo ia embora tão rapido quanto veio. Ela jogava, e ele era uma nova partida. Mas ele cuidava dela, como o alguém que ela realmente queria, já não fazia mais.O medo de machuca-lo sempre a acompanhava, porque sempre estava presente com ele o medo de perde-lo. E de novo a atitude egoísta.
Quis desistir. Se era por não faze-lo sofrer, ou para ela não sofrer. Ela não sabia. Tentava mudar, as vezes. Quase nunca. O tempo suficiente para sua consciência ficar leve – não que ela achasse que tivesse uma (...)
Continua


Carolina Assis

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