sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma hora temos que ir embora...

... Cedo ou tarde. No meu caso, muito tarde. Que venha o tédio então.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontâneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue, outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho... o de mais nada fazer.
Clarice Lispector







Tão sábia.
Ah, se ouvissemos ela...
Mas não,
nunca ouvimos os sábios.
Eles também não ouviam
quando eram iguais a nós.





- Quer dizer que um dia seremos sábios?
- Não. Quer dizer que tolice faz parte da vida,
ou pelos menos parte de uma parte,
independente
de quem você seja.
- Ah, não me sinto melhor por isso.
- Nem eu.

Carolina Assis

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