quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Amo tanto, mas tanto, que te deixo em paz.

[Tati Bernardi]

Eu sugeri, de novo, de novo, como todas as outras vezes, que você viesse aqui. Dei uma desculpa qualquer, algo do momento. Que servia, talvez não, mas era o que eu tinha para hoje. Mas dessa vez foi de bem levinho, foi quase um murmuro dizendo que meu peito gritava desesperadamente pedindo pela sua presença. De uma forma bem subliminar. Um vem aqui trazer meu doce. O doce que sua mãe achou uma delicia, e você insiste em falar que ficou ruim. E você veio. Não, não foi só isso. Sem esforço algum da minha parte você perguntou se podia vim, se podia me trazer. E você veio. E enquanto não chegava, coloquei uma calça, sentei na cama e esperei. Esperei como espero todos os dias por você... Mas dessa vez sabendo que você viria. E você veio. E meu coração acelerou tanto, que eu fiquei com medo de morrer antes do seu carro aparecer na minha porta. Mas sobrevivi... Sobrevivi para ver tudo que eu havia imaginado escorregar pelo meu corpo e parar no seu, tão longe de mim, mesmo tão perto. Não senti seu perfume, mas também não lembrei da minha dor no corpo, que tinha aparecido hoje de manha. Ganhei um abraço apertado seu na hora de você chegar, e na hora de você ir. Mas foi só um. Você deitou no chão da minha sala, tão perto de mim, que eu queria era te puxar para meu colo e afagar seu cabelo até o outro dia. mas não fiz nada disso. Não fiz, porque seus olhos não brilharam como eu esperava, seu sorriso nao foi tão largo como da ultima vez. E você não ficou segurando minha mão, nem perguntou como eu estava. E da ultima vez eu tinha ficado exausta de tanta felicidade que eu senti, com tudo isso que você tinha feito, que dessa vez eu não me manifestei para mudar nada. Eu te olhei como um amigo, mesmo que nenhum dos meus amigos jamais tenha feito meu coração pular pela boca, nem eu esquecer alguma dor física. Mas mesmo assim te aceitei da exata forma que você deitou no chão da minha sala e falou de coisas que não eram sobre nós. Eu te aceitei, porque eu havia te esperado, e você tinha vindo. Eu te aceitei porque eu pedi sua presença não foi? Eu te aceitei, porque eu não sei se um dia, eu poderei fazer mais do que isso.

Carolina Assis

Eu te amo de um jeito tão impossível que é como se eu nem te amasse.
E aí eu desencano desse amor, de tanto que eu encano.
Pois ninguém acredita na gente, nem você.
[Tati Bernardi]

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